segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Dura lex, sed lex

Lex. Lei. Law
É tudo lei.
Vidas cercadas
Por leis
Leis físicas
Dos homens
Do amor...
A dos homens?
Aquelas dos códigos
Regem a sociedade
Diz-nos o que pode
O que não se deve fazer...
Sim.
A lei é dura, mas é a lei...
E a lei do amor?
É a lei da natureza
Talvez seja mais dura
Do que a dos homens.
Lei que não tem normas
Quanto mais um manual!
Leis que não são estudadas
E sim sentidas
Vividas
Doloridas
Amadas
Mas que se perdem
Dentro das leis da razão!

domingo, 28 de setembro de 2008

Vidros


Não quero ver crianças
Brincando de limpar vidros
Nem dormindo por entre os ladrilhos
Que insistem em abrigar pessoas.
Gotas de água escorrem
Pelas janelas dos carros,
Dos olhos de um rosto triste...
Brincar de limpar vidros?
Brincar de lavar carros.
Carros grandes.
Carros pequenos na mão de um pequenino?
Não.
Brincam de malabaristas,
Não nos semáforos.
Trabalham como malabaristas,
Não nos circos.
A rua é o lar.
Local de trabalho,
Escritório, sala de aula,
Qualquer sinal...
Do ônibus olho,
Parada em um sinal vermelho.
Vidros se levantam.
Mau.
Da janela vejo,
No coração sinto,
Expressões vazias...
Olhando o reflexo,
Não reconhecem mais.
Não vêem ninguém.
Exceto a imagem
De um desconhecido
Que aparece cabisbaixo.
Tem trocado?
Não.
Por que não estão na escola?
Por quê?, por quê?...
Muitos porquês,
Poucas respostas...
Por entre os veículos,
Inúmeras imagens
Dentre os vidros pretos
Que refletem uma pobre criança
Que pede ajuda...